Mais do que um hábito prejudicial, fumar é uma das principais causas evitáveis de morte no mundo. Além do câncer, o tabaco está associado a doenças cardíacas, respiratórias, problemas de fertilidade e impactos sociais profundos!
Apesar das campanhas de conscientização, os números continuam assustadores. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano no mundo. Desse total, mais de 7 milhões morrem pelo uso direto do produto, enquanto cerca de 1,2 milhão são vítimas da exposição ao fumo ivo.
No Brasil, 477 pessoas morrem todos os dias por causa do tabagismo. Os custos relacionados ao cigarro somam impressionantes R$ 153,5 bilhões por ano, considerando tanto os gastos com saúde quanto as perdas econômicas associadas à produtividade (IECS, 2024).
Mais de 15 tipos de câncer relacionados ao cigarro
É comum associar cigarro ao câncer de pulmão – e não à toa: 90% dos casos dessa doença estão ligados ao tabagismo. Mas o risco vai muito além. O fumo pode causar câncer na boca, garganta, estômago, esôfago, fígado, pâncreas, bexiga, rim, colo do útero, entre outros.
O motivo é simples: ao inalar a fumaça do cigarro, a nicotina e outras substâncias tóxicas entram na corrente sanguínea e atingem todos os tecidos do corpo. Estudos mostram que a nicotina pode ser encontrada até na saliva, no suco gástrico, no leite materno e no líquido amniótico, o que explica seu potencial de causar danos generalizados.
Doenças cardíacas
Fumantes têm 25% mais chances de sofrer infartos. Isso porque o cigarro agride diretamente as artérias, favorecendo a formação de placas de gordura, aumentando a rigidez dos vasos e prejudicando a circulação.
O tabaco também está relacionado a acidentes vasculares cerebrais (AVC), insuficiência cardíaca e hipertensão. Ele estimula processos inflamatórios e favorece a formação de coágulos, que podem entupir as artérias. O coração de quem fuma sofre com a má oxigenação e o acúmulo de substâncias tóxicas.
Pulmões em risco constante
Além do câncer, o cigarro é responsável por uma série de doenças respiratórias crônicas, como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que inclui o enfisema pulmonar e a bronquite crônica. Essas doenças comprometem a respiração e podem levar à necessidade de oxigênio suplementar e até ao risco de morte precoce.
Dados nacionais revelam que, por ano, 40.567 mortes por DPOC são atribuídas ao tabagismo (IECS, 2024). Também são comuns os casos de pneumonias recorrentes, especialmente em idosos e crianças expostas ao fumo ivo.
Tabagismo ivo também mata
Quem convive com fumantes também corre riscos. Estima-se que 20 mil pessoas morrem por ano no Brasil por doenças causadas pelo fumo ivo. Isso inclui familiares, colegas de trabalho e até crianças que convivem em ambientes com fumantes.
Mesmo sem acender um cigarro, essas pessoas inalam substâncias tóxicas liberadas na queima do tabaco. O fumo ivo pode causar doenças respiratórias, cardiovasculares e câncer, além de aumentar o risco de problemas no desenvolvimento infantil.
Fertilidade, ossos, visão
A lista de prejuízos continua. O tabagismo está ligado à infertilidade tanto em homens quanto em mulheres, além de menopausa precoce e impotência sexual. O cigarro também compromete a saúde dos ossos, aumentando o risco de osteoporose e fraturas.
A visão pode ser afetada: fumantes têm mais chances de desenvolver catarata e degeneração macular. Já na boca, os danos vão desde mau hálito e retração gengival até doenças periodontais graves.
O impacto dos produtos derivados do tabaco
Engana-se quem pensa que os riscos estão apenas no cigarro tradicional. Charutos, narguilé, cigarro de palha, cigarrilhas, cachimbos, rapé e dispositivos eletrônicos também apresentam substâncias tóxicas e causam danos semelhantes.
No Brasil, os dispositivos eletrônicos para fumar foram proibidos pela Anvisa em abril de 2024, com a publicação da RDC nº 855. Isso inclui cigarros eletrônicos, vapes e produtos de tabaco aquecido, que continuam a ser comercializados de forma ilegal, especialmente entre os jovens.
Como parar de fumar?
O tabagismo é um vício e, por isso, muitas vezes exige acompanhamento profissional. Médicos, psicólogos e nutricionistas podem formar uma equipe de apoio importante nesse processo. Há medicações que ajudam na redução da vontade de fumar e terapia de reposição de nicotina que pode ser indicada.
Mudanças no estilo de vida também fazem diferença. Praticar atividades físicas, melhorar a qualidade do sono, reduzir o estresse e adotar uma alimentação mais saudável são os importantes. O risco de desenvolver doenças associadas ao cigarro cai pela metade após 1 ano sem fumar e pode se aproximar do de um não-fumante após 10 a 15 anos de abstinência.
Resumo:
O tabagismo mata mais de 8 milhões de pessoas por ano e está ligado a infartos, câncer, doenças respiratórias, AVC e infertilidade. O cigarro afeta não apenas quem fuma, mas também quem convive com o fumante. Parar de fumar é a principal medida para proteger a saúde e pode reduzir drasticamente os riscos já no primeiro ano de abstinência.
Leia também:
Lígia Menezes
Lígia Menezes (@ligiagmenezes) é jornalista, pós-graduada em marketing digital e SEO, casada e mãe de um menininho de 3 anos. Autora de livros infantis, adora viajar e comer. Em AnaMaria atua como editora e gestora. Escreve sobre maternidade, família, comportamento e tudo o que for relacionado!